Yamaha admite abandonar motor de 4 cilindros em linha “se tiver benefício”

Líder do projeto da YZR-M1, Kazutoshi Seki avaliou que a Yamaha pode ter uma moto competitiva na temporada 2023, mas admitiu que trocar para um propulsor V4 é possível se a casa de Iwata considerar que este tipo de configuração oferece mais benefícios do que o modelo atual

Líder do projeto da Yamaha na MotoGP, Kazutoshi Seki não descartou abandonar a tradição de motores de quatro cilindros em linha em favor dos V4. Na visão do dirigente, a casa de Iwata pode fazer a substituição se considerar que a configuração usada por rivais como Ducati, Aprilia, Honda e KTM oferece mais benefícios.

Os japoneses estão buscando maneiras de adicionar potência e velocidade máxima ao motor da YZR-M1, já que estas têm sido as principais queixas dos pilotos nos últimos anos. Na negociação para renovar o contrato de Fabio Quartararo até a temporada 2024, este foi um aspecto chave para convencer o francês a assinar um novo vínculo.

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Como está o grid da MotoGP para 2023?

Yamaha se mostrou confiante no potencial da moto de 2023 (Foto: Yamaha)

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A Yamaha, inclusive, contratou Luca Marmorini, ex-chefe de motores da Ferrari na Fórmula 1 e que também trabalhou na Aprilia na MotoGP, justamente para tentar melhorar o propulsor.

No teste realizado em Misano logo após o GP de San Marino e da Riviera de Rimini, Quartararo elogiou o trabalho e considerou que a Yamaha deu passos importantes com o propulsor.

“Os primeiros passos com a moto de 2023 foram bons. Funciona muito bem nas áreas de aceleração e velocidade máxima, então estou feliz”, contou Fabio. “Considerando que este é só o primeiro passo, estou ansioso para a próxima melhora do motor”, avisou.

Falando ao site da MotoGP, Seki, que trabalha no projeto da M1 desde 2001, primeiro como engenheiro de controle eletrônico, afirmou que a Yamaha entende que os pilotos precisam de mais velocidade, mas ressaltou que é difícil equilibrar os vários aspectos da moto.

“É claro que entendemos o que o piloto quer da moto é, especialmente, velocidade máxima. Ainda não conseguimos extrair a performance máxima do motor”, disse Seki. “Existem muitas, muitas razões, como, por exemplo, a durabilidade do motor, a característica do motor. Se focarmos apenas na velocidade máxima, talvez o motor seja agressivo, então tentamos otimizar o motor”, seguiu.

“Isso é muito, muito difícil, mas esse é um fator. Nós tentamos otimizar todas as áreas: motor, chassi e também a aerodinâmica, que foi modificada”, pontuou.

Quartararo pontuou, porém, que a maneira de guiar a M1 mudou bastante de 2019 para cá.

“Em 2019, eu tinha de ser super suave para fazer funcionar, mas agora é o contrário. Eu tenho de ser super agressivo e me sinto no limite em todos os lugares”, comparou Fabio.

O líder do projeto da YZR-M1 considerou que é difícil dizer se a moto tem um conceito diferente na MotoGP atual, mas frisou que a marca dos três diapasões busca o equilíbrio.

“Eu não sei se a nossa moto é mais agressiva. Agora é muito difícil dizer se a moto tem o mesmo conceito, pois agora as outras fábricas são muito, muito fortes”, reconheceu. “Nós tentamos fazer um bom equilíbrio com um motor de alta potência, com uma característica suave”, indicou.

Após o teste de Misano, Seki considerou que a Yamaha tem potencial para ir para a pista com um pacote competitivo, mas reconheceu que, se for necessário, é possível abandonar a tradição de motores quatro cilindros em linha em favor dos V4.

“A Yamaha testou a moto de 2023. Nosso pacote para o próximo ano pode ser competitivo”, avaliou. “Ainda existem algumas coisas que podemos fazer com o motor de quatro cilindros em linha e, se acharmos que o outro motor têm mais benefícios do eu o quatro cilindros em linha, vamos considerar. Acho que estamos indo na direção certa”, concluiu.

A MotoGP volta às pistas no próximo dia 18 de setembro para o GP de Aragão, no MotorLand. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2022.

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